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terça-feira, junho 10, 2025
ALESC

400 KM PERCORRIDOS A PÉ

Filho de Tunápolis completa tradicional rota de peregrinação na Espanha

O Caminho de Santiago de Compostela é uma das mais tradicionais rotas de peregrinação do mundo. Localizado no norte da Espanha, o trajeto reúne milhares de pessoas todos os anos que, por fé, desafio pessoal ou busca espiritual, percorrem centenas de quilômetros a pé em direção à Catedral de Santiago, onde estariam os restos mortais do apóstolo Tiago, um dos doze discípulos de Jesus, e também é o local onde repousam os restos mortais de outros santos.

Quem viveu essa experiência recentemente foi Volmir Henrique Deters, natural da Linha Pitangueira, Tunápolis. Aos 52 anos, Volmir reside há mais de duas décadas na cidade de Fulda, na Alemanha, e realizou a caminhada entre os dias 17 e 31 de maio, partindo de León, na Espanha, até chegar ao destino final: Santiago de Compostela.

Ao lado do amigo David Torres Sanchez, espanhol que conheceu ainda nos tempos de trabalho na Alemanha, percorreu oficialmente 315 km pela rota conhecida como Caminho Francês. Mas, segundo ele, os os foram além.

“Era para ser 315 quilômetros, mas fizemos bem mais. Cada vila que a gente parava, aproveitávamos para conhecer a pé. Com certeza amos dos 400 quilômetros”, conta.

A ideia de fazer o Caminho nasceu há cerca de 20 anos, quando ele e David ainda trabalhavam juntos. “Trabalhamos juntos por 12 anos e sempre falávamos disso. Depois ele se foi, mas a vontade permaneceu. Agora, conseguimos tirar do papel.

Volmir destaca que a experiência foi muito mais do que física: foi uma vivência de conexão interior. “Foi um tempo de reflexão, de desligar do mundo, só caminhar e relaxar a alma.”

A rotina dos peregrinos era intensa: acordar cedo e caminhar por horas sob o sol. “Levantávamos às seis da manhã e saíamos andando. A orientação era simples: além das placas, se o sol está nas costas, você está no caminho certo. Encontrávamos pessoas do mundo todo, era como um formigueiro humano indo no mesmo ritmo, na mesma direção.”

Ao final de cada dia, o descanso nos albergues era merecido. “Chegava morto, doía tudo. Mas depois de um banho e duas horinhas de descanso, já estava novo de novo. Depois ainda caminhávamos pelo povoado, visitávamos lojinhas, jantávamos.”

Entre os peregrinos, havia pessoas de diversas nacionalidades. “Conhecemos muitos ingleses, canadenses, sul-coreanos, brasileiros, alemães e claro, espanhóis. Foi uma troca muito rica.”

A chegada a Santiago foi marcada pela emoção. “Chegamos um pouco antes do meio-dia, a tempo de participar da missa dos peregrinos. Foi emocionante demais, a gente vai lembrando de tudo que ou. É uma sensação de arrepio.”

Após a missa, visitaram a catedral, incluindo o túmulo de Santiago, e perceberam que a escolha de participar da cerimônia mais cedo foi acertada. “Saímos e a fila já ava de cem metros. À tarde tentamos entrar de novo, mas a fila já dava mais de dois quilômetros. Desistimos e ficamos com a certeza de que tomamos a decisão certa pela manhã.”

Volmir e David ainda aram dois dias em Santiago, aproveitando para conhecer a cidade histórica. “É uma cidade relativamente pequena, com ruas estreitas, edifícios antigos e muitas lojinhas de lembranças. Parece até menor que Itapiranga.”

Volmir retorna agora à Alemanha levando na bagagem muito mais que lembranças, uma vivência espiritual profunda e um sentimento de missão cumprida.

Por Marciano Eidt

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