A Austrália é um país insular localizado na Oceania, que exibe uma impressionante e variada riqueza ambiental. Em sua vasta extensão territorial, conta com um litoral que ultraa 50 mil quilômetros, que abriga algumas das praias mais deslumbrantes do mundo, além de mais de 500 parques nacionais e mais de 2.700 zonas de proteção ambiental, onde se encontram desde refúgios de vida selvagem até reservas indígenas.
O país também se destaca por possuir 17 bens reconhecidos como patrimônio da humanidade pela UNESCO, o que representa um número maior do que qualquer outro lugar do planeta. Entre essas maravilhas, estão a Grande Barreira de Corais, a icônica Sydney Opera House, o Parque Nacional Kakadu, o arquipélago de Lord Howe, a região nativa da Tasmânia e a Ilha Fraser. Por ser muito diversificado, atrai visitantes do mundo todo. Turistas entusiasmados para conhecer as fascinantes cidades de Sydney, Melbourne, Camberra ou a Gold Coast.
É neste país que reside a protagonista do Filhos de Nossa Terra desta edição. Amanda Sehn Melz, 18 anos, de Iporã do Oeste, mora em Gold Coast – QLD, considerada um paraíso australiano no sudeste de Queensland, um destino turístico com praias perfeitas para o surfe. Amanda foi como intercambista em maio deste ano, mas acabou renovando o visto até março de 2026. Conheça está região do país pelo ponto de vista da jovem, através de uma entrevista respondida, com muito carisma, diretamente da Austrália. Boa leitura!
JE: Qual a data de início e por quanto tempo ainda pretende ficar na Austrália?
Amanda: Saí do Brasil no dia 09/05/2024, e cheguei aqui no dia 11/05/2024. Meu visto atual vai até março de 2026, porém o retorno ainda é uma incógnita, uma vez que me encantei pela cidade, estilo e qualidade de vida daqui.
JE: Era um sonho ou uma oportunidade que surgiu?
Amanda: Desde pequena sempre sonhei com a possibilidade de fazer um intercâmbio. No meu último ano do ensino médio, como eu não fazia ideia do que cursar (e já tinha conhecidos que tinham feito intercâmbio), comentei com meu pai sobre essa possibilidade, que foi muito bem aceita.
JE: O que lhe motivou a sair do Brasil?
Amanda: No início só a ideia do intercâmbio, essa sensação de aventura. Porém, agora, um dos principais fatores é a qualidade de vida que tenho aqui.
JE: Por que a Austrália?
Amanda: Quando criança, sempre sonhava que caso eu chegasse a fazer um intercâmbio, seria para os Estados Unidos ou Canadá. Quando surgiu essa oportunidade, meu interesse pelos EUA não era mais o mesmo, e como eu tinha conhecidos na Irlanda e na Austrália, cogitei esses dois países. Conversando um pouco mais com a minha agência, percebemos que a Austrália era mais compatível, pelo clima e estilo de vida.
JE: Como ocorreram os trâmites?
Amanda: Meu pai e eu saímos de casa na quarta-feira (08/05), fomos para Foz do Iguaçu, onde no dia seguinte peguei o voo para Guarulhos com escala em Curitiba. Quando cheguei na escala, foi quando caiu a ficha. Percebi o que estava fazendo, percebi que estava sozinha e que não veria meus familiares e amigos pelos próximos 6 meses. Quando cheguei em Guarulhos, encontrei com uma amiga que conheci no grupo de Whatsapp da agência. A partir dali fizemos a viagem juntas. Tivemos escala em Doha, no Qatar, e em Melbourne, já na Austrália. Quando chegamos em Gold Coast, não tínhamos internet pra chamar um uber/táxi; o aeroporto estava praticamente vazio pois estava fechando. Enfim encontramos um táxi estacionado na frente do aeroporto, que nos levou até o prédio da agência. No fim deu tudo certo, chegamos bem.
JE: Há algum pré-requisito para participar do intercâmbio?
Amanda: Para o intercâmbio que eu estou fazendo é necessário ter, pelo menos, 18 anos.
JE: Onde e com quem mora?
Amanda: Aqui na Austrália já vivi em 3 casas (e estou me mudando para a quarta). A primeira foi a acomodação da agência, onde morei com outros dois brasileiros do estado de São Paulo e uma mexicana. Depois, me mudei para um apartamento que eu dividia com uma japonesa, uma norueguesa, e duas tailandesas. Agora, vivo com outras três brasileiras, a Dandara, que divide o quarto comigo, e é de Águas Frias-SC, e no outro quarto, uma catarinense de Chapecó, e uma mineira. Sobre a quarta casa, estou me mudando com a Dandara e mais outra brasileira.

JE: Como foram os primeiros dias?
Amanda: Na primeira semana acordava às 5h da manhã e ficava enjoada todos os dias. Foi difícil me acostumar com a diferença de horário. Falar com meus pais era difícil, pelo fuso-horário ser +13h. Quando cheguei, já conhecia a Dandara, que me apresentou a cidade e mostrou como muitas coisas funcionavam aqui.
JE: Como é sua rotina?
Amanda: Atualmente, tenho aulas somente uma vez por semana, nas quartas-feiras a tarde. Trabalho, nos outros dias de noite, em um restaurante persa quando escalada como garçonete. No momento, estou abrindo o restaurante 2 vezes por semana. Quando tenho day-off (folga) combino com as minhas amigas e vamos para alguma praia ou visitamos alguma cidade próxima. Uma vez por semana, tento fazer as minhas marmitas, que me ajudam muito nos dias que trabalho, afinal só tenho 30 minutos ou 1 hora de intervalo. Ter as marmitas é uma mão na roda.

JE: Já pode conhecer pontos turísticos?
Amanda: Já conheci os cangurus, coalas e muitas praias daqui, porém nunca cheguei a ir muito longe. Isso está nos planos para este ano.
JE: Quais eram suas expectativas sobre o país?
Amanda: No início, achei que seria mais fácil, porém com o tempo percebi que não seria bem assim. Além disso, sabia que cresceria muito como pessoa e isso realmente aconteceu (e ainda acontece).
JE: Como está sendo essa experiência do intercâmbio? Vale a pena?
Amanda: Eu diria para todos que puderem fazer isso algum dia, o fazerem. Mesmo que eu volte para o Brasil em algum momento, a Austrália sempre vai ter uma parte do meu coração. Aqui, consigo viver meus sonhos, ser quem eu sempre quis ser. São experiências e convivências novas todos os dias, momentos enriquecedores e marcantes, que me fizeram evoluir muito como pessoa.
JE: Vantagens e desvantagens do intercâmbio.
Amanda: Acredito que uma das desvantagens seja ficar longe da família, perdendo momentos importantes, e consequentemente se afastando de muitos. Criar uma vida inteira longe das pessoas amadas acaba sendo bem difícil.
Por outro lado, aprender a ser independente, viver momentos únicos, fazer amizades e conhecer outras culturas são pontos positivos de toda essa caminhada.
JE: Qual a visão que o país tem, no geral, sobre o Brasil?
Amanda: Muitas pessoas daqui pensam que o Brasil é resumido em São Paulo e Rio de Janeiro, que todos temos pele morena e falamos espanhol ou brasileiro.
JE: Como é a cultura?
Amanda: Algumas coisas que achei diferentes quando cheguei aqui foram: Papel higiênico no vaso ao invés do lixo, água quente e fria em todas as torneiras. É muito comum ver pessoas descalças na rua, mercado… O horário comercial é limitado, bebidas alcoólicas não serem vendidas no mercado (apenas em lojas específicas para isso), isso sem falar na mão inglesa (forma de condução de veículos em que o motorista fica do lado direito do carro e trafega pelo lado esquerdo da via).
JE: Curiosidades, fatos inusitados e diferenciados?
Amanda: Uma vez que você vai para um intercâmbio, você convive com muitas culturas diferentes, embora estando na Austrália, convivo com muitos latinos, ouço muito português e espanhol.
JE: Como está sendo lidar com a distância da família?
Amanda: Principalmente nesse momento de Natal, final de ano, a saudade está gigante! Porém mantemos o contato frequente com ligações e mensagens. Acredito que o que eu mais sinto falta é do contato físico, do cheirinho da comida, e da comodidade também.
JE: Considerações
Amanda: Sou muito grata a todos que me incentivaram a vir pra cá. À Wizard de Iporã e aos meus professores que incentivaram meus estudos no inglês durante todos esses anos. Muito grata também, aos meus pais, que tornaram esse sonho possível.




